quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

THE SUNDAY TIMES: Um dos maiores pop stars do mundo é mesmo apenas um doce garoto canadense que ama sua mãe?



No último domingo, o jornal britânico The Sunday Times publicou uma entrevista exclusiva com Justin Bieber. A reportagem, que foi feita pelo jornalista Giles Hattersley, foi traduzida pelo Bieber Fever Brasil e você pode conferir na íntegra a seguir:

Oh meus dias, tenho um encontro com o Justin Bieber. Ele vai me desapontar? Ele realmente se parece com uma lésbica? Será que ele usa palavras de mais de uma sílaba? A vertigem aumenta enquanto me apresso pela recepção do Abbey Road Studios. Passados os guardas de segurança, desci alguns degraus até o tapete no último piso onde vamos falar sobre seu novo perfume, “Girlfriend”, pois é para isso que ele está aqui. Consigo sentir o ar falhando pela pura força de estar próximo à uma mega celebridade. Ou isso é apenas a falta de barulhos?
Fora há uma aglomeração de jornalistas e assistentes tentando parecer importantes. A porta abre. Por alguma razão, Nick Grimshaw aparece. “Nos vemos, Justin,” ele grita, mas não há resposta audível. A porta fecha e nós esperamos. “Ele estará aqui em 10 minutos.” “Ele está quase pronto.” “Ele está comendo.”

A importância da fama do Bieber é tão grande que mesmo quando está em seu mínimo, ao comer a comida do decadente Nando’s* (N.T: restaurante popular), paira uma indiferença entre as pessoas por conta dessa força. Na rua, dezenas de garotas – e alguns garotos – esperaram por horas, horas, para conseguir um vislumbre da pessoa que é efetivamente o líder cult deles.

No andar de baixo, meu coração bate forte quando a porta se abre. “Ele está pronto.”
Sou levado para dentro de um estúdio onde um garoto de 18 anos estava gravando uma aparição para a Radio 1. Ele tem uma reputação de “crises de criança de mau humor” e irá cortar um jornalista com respostas de uma palavra se estiver de mau humor ou se não for com a cara dele. Ele pode ter encontrado a felicidade em seu fracasso hoje, que seja, porque Bieber está fora de seu assento, todo “Ei cara, prazer em conhecê-lo” enquanto aperta a minha mão. Sua mão é macia e delicada como a de uma princesa da Disney.
Quando ele senta, seus 1,67 metros são ofuscados por uma poltrona de tamanho médio. Embora seja um jogo justo com ele, seu cabelo é épico. Limpo, inquieto e naturalmente iluminado – é difícil dizer que ele possui mais do que cinco anos. Levando em consideração a pele lisa de assustar e a anatomia de gatinho, me pego pensando, “Não é que ele se pareça com uma lésbica. Está mais para um atual pré-adolescente.” É como se eu tivesse prestes a interrogar o garoto estranhamente carismático por uma escola preparatória.
E então, ao perfume. É chamado “Girlfriend”, do Justin Bieber, porque é isso o que milhares de garotas querem ser. Certo, Justin?
“Sim”, ele diz enrugando a testa “simpatizando”. Seriamente, milhões de garotas atualmente querem ser sua namorada. Como é isso? “Isso é ótimo,” ele diz, sendo nobre por obrigação. Quantas recebeu hoje? “Hoje recebi, tipo, oito. É sempre divertido ouvir essas garotas e sei que são sinceras quando pedem. É inocente, então, é legal.”
Em geral é quase inocente. Bem, inocente. Quando ele postou o anúncio sobre Girlfriend, uma parte melosa de um filme dele sendo cutucado para acordar no sofá por um jovem amor, para seus 30 milhões de seguidores do Twitter, uma das primeiras fãs a responder, disse: “Eu não teria te acordado assim. Teria te estuprado.”
Isso provavelmente não foi pior do que receber uma bronca no David Cassidy. O que decididamente é menos inocente são os anos de marketing sagaz do Bieber que fez muitas garotinhas se tornarem pragas do sexo, desastres emocionais e, mais o importante, consumistas ávidos. Descoberto no Youtube como uma pequena criança, ele ficou conhecido pelo mundo há apenas três anos atrás, cantando “Baby, baby, baby”, enquanto parecia próprio.
Aquele vídeo foi visto 800 milhões de vezes no Youtube e ele possui mais likes no Facebook do que Barak Obama e Mitt Romney juntos. Ele ganhou 35 milhões de dólares no ano passado através das vendas de música, turnês e investindo em negócios como o Spotify. Quando Girlfriend foi lançado, vendeu uma perfume por minuto, e isso apenas na Grã-Bretanha.
Entretanto, o destino de sua namorada atual talvez seja menos rosado. Ele aparentemente terminou com sua namorada de longa data, a bonequinha americana Selena Gomez, no começo desse mês por problemas de confiança que ela estava tendo depois que ele foi pego sendo estiloso nos bastidores do The Victoria’s Secret Fashion Show, em Nova York, com a modelo Barbara Palvin.
Ele e Gomez têm saído novamente, então, quem sabe? O cinismo em mim me faz pensar que mesmo esse tumulto emocional está no tempo certo da transição entre um adolescente galã para um quase “Justin Timberlake bacharel em ser sexy.”
Ele definitivamente está procurando por consumidores mais velhos agora. Seu mais recente álbum, Believe, está estacado com hits preparados para apelarem por um mercado mais velho. Igualmente a respeito do seu trabalho com Elizabeth Arden sobre o perfume.“Com Girlfriend pegamos alguns dos mesmos ingredientes (do perfume anterior, Someday) e o fizemos mais maturo. É mais citrus. Acho que garotas mais velhas vão gostar.”
Dado o seu frasco curiosamente rosa, imagino que o objetivo de garotas mais velhas ao usar talvez seja por achar que é um brinquedo sexual.
O que você quer que as garotas sintam ao usar o perfume, Justin? “Acho que definitivamente é algo especial,” ele diz. “Quando se trata de meet and greets e elas o passam, sabem que eu conheço o cheiro. Ficarei tipo, ‘Você cheira muito bem.’ E elas ficarão tipo, ‘Sim, porque estou usando o Girlfriend.’ É engraçado como a maioria delas possuem o mesmo cheiro,” ele brinca.
Ele é uma coisinha engraçada. Às vezes parece tão jovem que tenho dificuldade em segurar sua atenção enquanto ele bate seu pé ou brinca com meu gravador. Para seu crédito, ele quase flutua no meio de suas próprias batidas sonoras, aparentemente tão entediado ao produzí-los quanto as pessoas estão ao ouví-los. Então, de repente seu cérebro acorda.
“Ser um adolescente galã não é algo ruim,” ele diz, “Mas não quero ser apenas conhecido como isso. Quero ser conhecido como o jovem,” ele pausa para pensar,“talvez, o jovem pop star que fez uma transição.”
Certamente, a história está repleta de cadáveres de estrelas infantis que foram para a panela? “Sim. As pessoas ficam entediadas. Tudo é tão acessível que eles ficam cansados das coisas. Uma música nova fica velha rápidamente, porque os fãs podem ir na internet e assistir muitas vezes. Você precisa ser criativo rápido. Se eu continuasse fazendo as músicas que fiz no meu último álbum, eles ficariam entediados. Eles já tiveram isso. Tenho de dar mais e mais.”
Ele ama música e parece adequadamente talentoso de uma forma que, digamos, S Club 7 nunca foi. Mas parece que muito da vida dele não é sobre música, é sobre a administração dos fãs. Você precisa separar as coisas para conseguir lidar? “Sim, quando todo mundo está constantemente dizendo que te amam e que você é incrível, as pessoas começam a acreditar nisso. Quando sinto que essa indústria é muito e que estou ficando esmagado, penso na minha mãe dizendo ‘Coloque para fora.’ ”
Claro que ele ama sua mãe, Pattie, que o teve quando tinha 18 anos e o criou na maior parte sozinha. “Ela quer que eu seja uma boa pessoa. Muitas vezes os pais começam a administrar o artista e isso pode ser ruim – quando começa a ser sua mãe-empresária.” Ele quase suspira pela palavra.
“Isso é demais. Você começa a os ressentir, porque estão tomando todas as suas decisões de negócio e que tal se você não concordar com eles? Você começa a brigar e isso não é bom. Tenho minha mãe e ela ajuda, mas no que diz respeito ao meu empresário, deixo meu empresário fazer. Deixo minha mãe ser minha mãe.”
O que é ótimo, claro, apesar de que talvez seja má notícia para alguém que estava esperando por uma queda clássica de uma estrela criança de uns vinte e poucos anos. A loucura excessiva por atenção que prejudicou Britney e Lindsey parece ser improvável de atingir o Bieber. Apenas ouça isso: “Cada momento é como uma impressão para alguém,” ele me conta, de coração, sem script. “Quero andar numa sala, encontrar todos e dizer ‘oi’ e ouvi-los dizendo ‘ei, aquele Justin criança, ele apertou a mão de todo mundo,’ ao invés de dizerem ‘Justin é talentoso, ele veio e performou muito bem. Quero ouvir isso, mas também quero ouvir: ‘ele é uma pessoa muito legal.’”
Ao ouvir isso, uma parte de mim quer chorar. Como pode uma estrela da música dominante no mundo pode possuir tanta falta de base do rock and roll clássico? Mas, infelizmente, atingimos a era de marcas de mega magnatas pop stars e Justin sabe que, para seus beliebers o “legal” vende. Ao dizermos tchau, suponho que estou, a contragosto, impressionado. Esse garoto transcedental pode ser inconstante, mas ele está totalmente em uma mudança. “Ok,” ele diz para seu assistente. “Qual é o próximo?”

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